terça-feira, 17 de novembro de 2009

Na visão das cifras!

Imaginemos que o dinheiro tivesse vida. Eu agora sou uma nota nova de 20 reais e acabo de parar na mão de um jovem sofrido. Poucos minutos depois estacionei no fundo de um sombrio caixa após ser utilizado na aquisição de duas revistas.

Quando estive naquele caixa, fiquei refletindo sobre o meu poder e principalmente quantas alegrias e sofrimentos em um ano eu poderia proporcionar. Meus colegas não me olhavam com cara de desprezo, pelo contrário. Fiz ótimos amigos, sem contar os irmãos que conheci.

Estávamos conversando calorosamente sobre nossas características e ressaltávamos que por mais amassados, envelhecidos e pisoteados, jamais perderíamos o nosso valor. Que mesmo uns tendo menos poder que outros, nossas importâncias sempre ficariam intactas.

O que deixava a todos intrigados era o fato de que quem nos utilizava não entendia que seus valores, como pessoa, também eram intactos. Todos tinham dons e principalmente uma essência, mesmo que, com diferentes poderes. Era estranho pensar que as pessoas quando traídas, amassadas, envelhecidas e pisoteadas – sentiam e refletiam a perda de sua importância, de seu brilho. Nenhum de nós entendia e muito menos conseguia aceitar.

Todos os colegas tinham consciência de que poderiam ser usados para o bem ou mau. Todos sabiam que não valia à pena se iludir em ser quem não eram, pois tinham suas características, histórias e vivências únicas. Todos sofriam quando eram “usados” para coisas desnecessárias, mas entendiam que o mundo dá voltas e não deixavam de vibrar quando deixavam sorrisos.

3 comentários:

Kenia Soares disse...

Nossa... Que viagem... Você tem conteúdo. Lostei de ler isso e a forma como escreve, como pensou sobre o dinheiro. Ser dinheiro... Achoq que eu seria mais valorizada :-S

Kenia Soares disse...

Cara! voccê é programador. Agora que eu ví! Que nem eu. Também sou programadora e blogueira (mas programadora ou mais blogueira? Não sei dizer... talvez mais poeta...)

Unknown disse...

Dinheiro no fundo da gaveta só não perde valor em país que não tem inflação. O dinheiro perde valor no tempo.

Talvez perdamos também (perdemos juventude, agilidade e memória). Ou talvez caracterizemo-nos por um sistema com uma imensa deflação (já que as pessoas são tidas como mais sábias quanto mais idade elas tenham).
Já sei, é uma parábola com um ponto ótimo. Num primeiro momento há deflação e num segundo inflação, primeiro ganham valor com erudição e instrumentação acadêmica, depois depreciam e se defasam.

Ok, chega.